•“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você” (Nietzsche, Para Além do Bem e do Mal)•
— Aquilo contra o que eu luto em mim, também sou eu. A escolha da luta e contra o que lutar me definem. Somos dicotomia, somos paradoxo. Somos som e silêncio, vício e virtude, luz e trevas. Não há bem nem mal, somos nós quem os criamos quando os significamos e nos ressignificamos.
“Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo” e ás vezes somos Pedro, noutras seremos Paulo. A vida não é linha reta, via de mão única. A vida é exercício dialético se movendo a um só tempo em todas as direções.
Aquilo que mais te incomoda no teu próximo, muitas vezes é a sua própria sombra que você tanto abomina e não se permite olhar, mas o outro escancara e por isso você odeia tanto, porque ele te obriga a finalmente encarar.
E se ao olhar para si, você não gostar do que vir, não se assuste, apenas se recolha, se escolha, redefina e reprograme a rota. Não podemos permitir que o abismo nos corrompa, apesar de passarmos muito tempo nele.
“Se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, aceito a condição”. A vida segue acontecendo nos desvios, mas cabe a cada um, a cada inspiração (não só de ar) escolher que caminho tomar.
Não se cobre demais, mas também não seja autoindulgente ou orgulhoso, permaneça atento. O mal não apenas espreita, você é o seu principal inimigo, “orai e vigiai”.
Faça hoje, faça agora, melhor que ontem, pior que amanhã…
Gabriela Natarelli
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