![\"\"](\"http:\/\/www.renovatiobrasil.com\/wp-content\/uploads\/2018\/08\/DSC3740-520x390.jog_.jpg\")
<\/a><\/p>\nTanto o regulamento da prova, quanto as regras da ITU (International Triathlon Union) dizem em letras garrafais que os atletas s\u00e3o os respons\u00e1veis por seus atos. Sendo assim, os culpados, a princ\u00edpio, s\u00e3o os pr\u00f3prios atletas que tem a inten\u00e7\u00e3o de se beneficiar do v\u00e1cuo proibido. Conversando com alguns deles ap\u00f3s a prova, o discurso foi o mesmo: \u201cEu tentei sair do pelot\u00e3o, mas o percurso era muito estreito e o pelot\u00e3o andava muito forte, assim eles me pagavam novamente.\u201d<\/p>\n
Certa vez, em uma entrevista com um grande organizador de provas aqui no Brasil, ele disse: \u201ca grande quest\u00e3o \u00e9 tornar os procedimentos melhores poss\u00edveis, assim, caber\u00e1 \u00fanica e exclusivamente \u00e0s pessoas manterem a conduta adequada, pois, quando os procedimentos s\u00e3o falhos, n\u00e3o h\u00e1 santo que resista.\u201d<\/p>\n
Os atletas s\u00e3o movidos por incentivos positivos e negativos para manter uma certa conduta. No caso de Penha, n\u00e3o h\u00e1 incentivos suficientes para que o atleta fique no v\u00e1cuo.<\/p>\n
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Um atleta, que pedalaria sozinho a 36km\/h, consegue, facilmente, andar em um pelot\u00e3o a 39km\/h. Nos 90km do Ironman 70.3, esses 3km\/h a mais significam 11min33seg a menos no tempo no seu tempo final da bike. Considerando apenas o aspecto matem\u00e1tico, mesmo que o atleta seja penalizado com 5 minutos, muitos entendem que vale a pena permanecer no v\u00e1cuo. Isso fica ainda mais complicado se um atleta est\u00e1 brigando pelo p\u00f3dio ou uma vaga no Mundial e v\u00ea seus principais concorrentes passando em um pelot\u00e3o.<\/p>\n
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Assim, nossa primeira sugest\u00e3o \u00e9 aumentar a penaliza\u00e7\u00e3o para, no m\u00ednimo, 8 minutos, devendo o atleta parar no percurso para ter o n\u00famero marcado e depois cumprir a puni\u00e7\u00e3o na segunda transi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
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No que se refere ao percurso, \u00e9 necess\u00e1rio fazer alguns ajustes. A volta em Penha tem em torno de 27km na TransBeto, rodovia onde acontecem as tr\u00eas voltas que realmente interessam. Entre o primeiro atleta que sai da \u00e1gua e o \u00faltimo, h\u00e1 uma diferen\u00e7a de, aproximadamente, 40 minutos. Se dividirmos os 40 minutos pelos 800 atletas da prova, teremos 3 segundos entre cada atleta, isso se todos sa\u00edssem enfileirados. Na verdade, a maioria dos atletas (80%) est\u00e1 concentrada em um intervalo de 20 minutos desde a sa\u00edda do primeiro atleta, o que d\u00e1 um intervalo de apenas 1,5 segundos. A uma velocidade de 36km\/h, esse intervalo d\u00e1 algo em torno de 7 metros, que \u00e9 o limite da dist\u00e2ncia considerada v\u00e1cuo. Na vida real, no entanto, os triatletas n\u00e3o andam enfileirados e n\u00e3o saem em fila indiana da \u00e1gua, mas em blocos aleat\u00f3rios.<\/p>\n
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Isso \u00e9 agravado pelo fato de cada volta de 27km ter 4 retornos. Com a queda brusca de velocidade, a tend\u00eancia \u00e9 que os atletas se acumulem nesses retornos, criando mais pelot\u00f5es. Somados ao fato da pista ser muito estreita, esses fatores criam condi\u00e7\u00f5es \u201cideais\u201d para os pelot\u00f5es.<\/p>\n
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O cen\u00e1rio ideal seria ter uma \u00fanica volta, com 45km ida e volta. Al\u00e9m disso, seria muito, mas muito interessante acrescentar subidas no percurso, pois elas eliminam boa parte dos problemas de v\u00e1cuo. Para quem teve o prazer de disputar o Triathlon Long Distance Ubatuba ou o GP Extreme este ano, sabe que as subidas quebram completamente o ritmo dos grandes grupos. Ali\u00e1s, foi por esse motivo que o Mundial de Ironman 70.3 saiu da cidade de Clearwater, na Fl\u00f3rida, para o desafiador percurso em Las Vegas. Claro que \u00e9 necess\u00e1rio estudar com calma as alternativas das rodovias, especialmente da BR 101, mas \u00e9 fundamental alterar o percurso da prova.<\/p>\n
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Uma solu\u00e7\u00e3o adicional seria a largada por ondas de 300-400 atletas, o que permite ter um percurso menor e com menos pelot\u00f5es. No m\u00ednimo, \u00e9 necess\u00e1rio adiantar a largada da elite em, pelo menos, 15 minutos antes dos amadores. Uma das pol\u00eamicas tanto no Ironman Brasil quanto no ironman 70.3 Brasil foi o v\u00e1cuo das atletas da elite com os amadores de alto desempenho. Basta os profissionais largarem antes para resolver esse problema<\/p>\n
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A fiscaliza\u00e7\u00e3o deve ser de toler\u00e2ncia zero na elite e atuar de forma diferente nos amadores. Observamos v\u00e1rios atletas sendo parados no meio do pelot\u00e3o, enquanto este seguia a todo vapor. N\u00e3o se pode dar moleza, \u00e9 necess\u00e1rio parar o pelot\u00e3o inteiro e riscar o n\u00famero de todos, caso contr\u00e1rio, continuaremos assistindo o que vimos este ano: uma quest\u00e3o de sorte ser penalizado no pelot\u00e3o.<\/p>\n
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A maioria das sugest\u00f5es aqui \u00e9 simples, mas com grande potencial de melhoria para a competi\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 criar condi\u00e7\u00f5es para que o v\u00e1cuo seja um problema exclusivamente pessoal, uma decis\u00e3o de cada um, que deve arcar com duras consequ\u00eancias caso opte por burlar as regras. Sem desculpas para culpar a organiza\u00e7\u00e3o, a\u00ed sim poderemos apontar quem joga limpo e quem joga sujo. Ou mudamos nossa atitude ou em breve o v\u00e1cuo ser\u00e1 liberado tamb\u00e9m nas provas longas, o que vai criar um novo esporte.<\/p>\n
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